História 8º Ano - Março 2021
ESCOLA ESTADUAL ENSINO FUNDAMENTAL Dr Martins Costa Júnior
PROFESSOR(A): Marcelo DISCIPLINA: História ANO: 8°ANO
Nome: Turma: B Data:
Atividades de Março - Revisão dos conteúdos do ano anterior.
A formação da Europa Moderna - O RENASCIMENTO
Na Europa medieval, o clero católico administrava as escolas e as universidades. Para os clérigos havia um único caminho de compreensão da vida: o da fé e da religião. Assim, defendiam uma visão teocêntrica, segundo a qual a vida deveria ser guiada pela crença na vontade de Deus, que era considerado o centro do Universo. Mesmo os pensadores de uma corrente filosófica chamada de Escolástica, que procuraram conciliar a fé e a razão, defendiam que a verdade absoluta estava na palavra de Deus revelada nas Escrituras. Essa forma de ver o mundo, porém, já não correspondia às transformações que estavam em curso na Europa desde o século XI, como a urbanização, a intensificação do comércio e o enriquecimento da burguesia. Nesse contexto, foram surgindo ideias que pretendiam renovar os estudos tradicionais por meio da valorização de outras áreas do conhecimento, como História, Filosofia, Literatura, Retórica e Matemática.
Surgia na península Itálica, em fins do século XIV e início do XV, um movimento intelectual e cultural que expressava o novo modo de pensar do ser humano moderno, que ficou conhecido como Renascimento.
O termo “Renascimento” era utilizado pelos próprios artistas da época para definir suas obras em contraposição à produção artística medieval. A concepção de mundo divulgada pelos renascentistas, porém, trouxe algumas implicações. Primeiro, porque criou a ideia de que a Idade Média foi um período de atraso, um milênio de trevas durante o qual o conhecimento e a cultura da Antiguidade clássica teriam desaparecido. No entanto, para alguns autores essa concepção é equivocada. A cultura greco-romana continuou presente na Literatura, nas teorias políticas, na Educação, na Filosofia. Outro problema decorrente dessa concepção é acreditar que qualquer expressão cultural possa surgir fora de seu tempo. Ainda que os renascentistas desejassem fazer “renascer” a cultura greco-romana, eles criaram um estilo artístico que retomava alguns valores e procedimentos da cultura greco-romana, mas que expressava algo novo, refletindo os indivíduos e a sociedade do final da Idade Média. Esses artistas eram pessoas de seu tempo, ou seja, viviam num mundo em que as ideias religiosas do cristianismo ainda tinham muita força, enquanto novos valores, grupos sociais, conhecimentos e atividades econômicas surgiam e se desenvolviam rapidamente.
Renascimento: características - Para melhor compreender o Renascimento, vamos apresentar, de modo simplificado, algumas de suas características.
• Valorização do passado greco-romano: os artistas e cientistas do Renascimento viam as obras dos gregos e romanos da Antiguidade como modelo e inspiração para suas obras.
• Antropocentrismo: o homem passa a ser visto como um ser criativo, virtuoso e dono de seu próprio destino. Na época medieval predominava o teocentrismo (tudo convergia para Deus).
• Individualismo: atualmente, a palavra individualismo é usada muitas vezes como sinônimo de egoísmo. No Renascimento, porém, tinha sentido positivo: significava capacidade individual, talento e criatividade.
• Uma nova visão do tempo: para os renascentistas, o tempo pertence ao homem e este deve usá-lo para se aperfeiçoar, conhecer, experimentar e enriquecer (se esse for seu desejo). Já na visão medieval, o tempo pertence a Deus; por isso, seria pecado emprestar dinheiro a juros, ou seja, cobrar pelo tempo em que o dinheiro esteve emprestado.
O humanismo - Uma das correntes de ideias que mais contribuíram para a formação do Renascimento foi o humanismo: movimento intelectual que propunha o estudo dos autores antigos (gregos e romanos) para construir um novo conhecimento do ser humano e do mundo. Os humanistas traduziram e divulgaram os textos dos antigos e, com base neles, aprofundaram o conhecimento de línguas, literatura, filosofia, história e matemática.
Questões:
1) O que seria a visão “teocêntrica” defendida pelos clérigos?
2) Que tipo de mudanças estavam ocorrendo na Europa do século XI?
3) O que foi Renascimento?
4) Que concepções os renascentistas tinham da Idade Média?
5) Como era o mundo que os artistas renascentistas viviam?
6) Como passa a ser visto o homem no Renascimento?
7) O que era o “individualismo” no Renascimento?
8) Como o tempo era visto entre os renascentistas e as pessoas comuns do mundo medieval?
9) O que é foi o humanismo?
As GRANDES NAVEGAÇÕES
Movidos por interesses comerciais e religiosos, os portugueses e os espanhóis foram pioneiros nas chamadas Grandes Navegações. A posição geográfica de Portugal e Espanha, a centralização política e as inovações técnicas contribuíram para a realização das viagens oceânicas.
Com as Cruzadas, nos séculos XI a XIII, os europeus passaram a consumir mercadorias orientais, como especiarias e produtos de luxo (porcelanas, cristais e seda, entre outros). As rotas de comércio do Mediterrâneo eram controladas por mercadores árabes, venezianos e genoveses, que cobravam preços altos pelos produtos. Em 1453, a cidade de Constantinopla foi conquistada pelos turcos otomanos. O controle turco do Mediterrâneo impulsionou a busca de novas rotas para o Oriente e as viagens oceânicas europeias.
No entanto, outros fatores também contribuíram para que os europeus iniciassem as Grandes Navegações: as minas de metais preciosos europeias estavam esgotadas; portanto, era necessário obter ouro e prata em outras regiões; o crescimento das cidades e a intensificação da produção de manufaturas exigiam a ampliação dos mercados consumidores de produtos europeus. As práticas mercantilistas também estimularam a expansão marítima, afinal a conquista de novas áreas de comércio era fundamental para manter uma balança comercial favorável nos reinos. Assim, a exploração do Atlântico, do Índico e do Pacífico permitiu que a Europa articulasse uma grande rede de negócios mundiais.
Como na época ainda não havia geladeiras, os europeus usavam as especiarias para conservar a carne e tornar seu sabor agradável. Além de servir para temperar alimentos, eram usadas no preparo de remédios e perfumes. No século XIV, o rico comércio de especiarias e de artigos de luxo orientais era quase todo controlado por mercadores árabes e italianos. Valendo-se de sua larga experiência comercial, os árabes traziam as mercadorias do Oriente até cidades como Cairo e Alexandria (na África) e Tiro e Antioquia, na Ásia Menor. Ali os mercadores italianos compravam esses produtos das mãos dos árabes e os revendiam na Europa com grande lucro.
Os portugueses iniciaram as navegações marítimas com a exploração de novas rotas em direção às Índias (nome dado pelos europeus às terras do Oriente, como os atuais Índia, China e Japão), onde eles poderiam adquirir especiarias e outros artigos orientais, a preços mais baixos, e depois revendê-los na Europa. Além do interesse econômico, Portugal pretendia expandir a fé cristã na região. Seu comércio gerou muitas riquezas aos países europeus, principalmente entre os séculos XV e XVII.
Entre 1487 e 1488, o navegador português Bartolomeu Dias (c. 1450-1500) comandou uma expedição que contornou o sul do continente africano, mais tarde conhecido como Cabo da Boa Esperança. Dez anos depois, Vasco da Gama (1469-1524) realizou o mesmo percurso e alcançou finalmente Calicute, na Índia, importante região fornecedora de especiarias. Os lucros obtidos com essa viagem foram reinvestidos em outras expedições, que tornaram Portugal o maior centro europeu do comércio de especiarias do século XVI. Com a intenção de fixar entrepostos comerciais em Calicute, garantir o comércio de especiarias com o Oriente e expandir o cristianismo, a Coroa portuguesa organizou uma expedição comandada por Pedro Álvares Cabral (c. 1467-c.1520). A armada partiu de Lisboa em 9 de março de 1500. Entretanto, quando atingiu o noroeste da África, a frota desviou-se de sua rota original e acabou ancorando no sul do atual estado da Bahia, no dia 22 de abril. As terras foram chamadas de Ilha de Vera Cruz e, mais tarde, de Terra de Santa Cruz. Alguns historiadores acreditam que o desvio não foi um acidente, mas uma decisão, pois Cabral também estaria à procura de novas terras, já descritas por outros navegadores.
Questões:
10) O que explica o pioneirismo de Portugal e Espanha nas Grandes Navegações?
11) Cite 3 fatores que contribuíram para as Grandes Navegações.
12) Qual era o objetivo da expedição comandada por Pedro Alvares Cabral?
13) Quando desviou o seu caminho original, onde Cabral acabou ancorando?
14) Quais os primeiros nomes do Brasil?
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