Atividades de Maio - Revolução Francesa - 8ºB
A Revolução Francesa
No final do século XVIII, a França contava com aproximadamente 25 milhões de habitantes. A população dividia-se em três ordens ou estados: o primeiro estado, composto do clero, o segundo estado, formado pela nobreza, e o terceiro estado, que reunia todas as pessoas que não pertenciam aos dois primeiros estados.
O primeiro e o segundo estados, juntos, representavam 3% da população. Pagavam poucos impostos e tinham acesso aos principais cargos da administração pública. O terceiro estado, formado por 97% da população, incluía a grande burguesia, que vivia um momento de franca expansão comercial, os pequenos comerciantes locais, os profissionais liberais, os artesãos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. Pelas proporções, é possível notar que as desigualdades sociais na França eram profundas. Mesmo no interior de cada estado, havia diferenças claras. No primeiro estado, o baixo clero não desfrutava das mesmas condições de vida do alto clero. O terceiro estado reunia tanto a grande burguesia (economicamente ascendente, mas com pequena influência política) quanto os milhões de trabalhadores urbanos e rurais, que viviam à beira da miséria. As ideias iluministas, como o princípio da liberdade dos indivíduos e da igualdade humana, assim como política e jurídica, circulavam na França por meio de livros, jornais e panfletos e tornavam-se cada vez mais populares.
Observe o quadro:
Questões:
1) Como era dividida a população francesa?
2) Descreva o Primeiro Estado, falando sobre a sua composição, número de componentes e sua situação econômica.
3) Descreva o Segundo Estado, comentando sobre a composição, número de componentes e a sua situação econômica.
4) Caracterize o Terceiro Estado, descrevendo como era a sua composição, o número de componentes e a sua situação econômica.
ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO
Entre o século XVI e meados do século XVIII, a França passou por um período de grande prosperidade econômica. Houve aumento das atividades comerciais e crescimento da produção com a expansão das manufaturas. Esse cenário beneficiava a burguesia comercial e financeira, que, embora buscasse ampliar sua influência política, não via o absolutismo e os privilégios dos nobres como uma ameaça efetiva aos seus interesses.
No final do século XVIII, no entanto, a França enfrentou uma grave crise econômica. Uma sequência de safras agrícolas ruins trouxe três efeitos principais: a alta geral dos preços, principalmente dos cereais; a fome, que atingiu a população pobre do campo e da cidade; e a queda na arrecadação dos impostos pelo governo. Para agravar as dificuldades, a França aliou-se às treze colônias da América na guerra de independência contra a Inglaterra, o que gerou mais despesas para o tesouro francês. Diante da crise, o rei Luís XVI aumentou os impostos, piorando a vida dos setores populares e enfurecendo a burguesia, que criticava os altos gastos do Estado. A dívida pública crescia rapidamente e os recursos empregados para sustentar a nobreza ampliavam a crise econômica no país.
A convocação dos Estados Gerais
Diante da recusa do Parlamento em aprovar a reforma fiscal, Luís XVI convocou os Estados Gerais, uma grande assembleia com representantes dos três estados que formavam a sociedade francesa. A última reunião havia ocorrido mais de 170 anos antes. Na assembleia, reunida a partir de 5 de maio de 1789, o monarca, o clero e a nobreza não estavam dispostos a abrir mão de seus privilégios. Assim, defendiam a contagem dos votos por estado, e não individualmente. Como o terceiro estado era mais numeroso, na votação individual o clero e a nobreza seriam derrotados. Já na votação por estado, o terceiro sempre perderia, pois o primeiro e o segundo votariam juntos. O terceiro estado não aceitou o sistema de votação proposto; retirou-se da reunião, proclamou-se em Assembleia Nacional e passou a defender a elaboração de uma Constituição para o país. O rei, com medo da reação popular, aceitou a proposta da nova Constituição. Em julho de 1789, os Estados Gerais ganharam o nome de Assembleia Nacional Constituinte. Luís XVI apresentou um programa de governo em que aceitava a monarquia constitucional e abolia privilégios fiscais. O projeto, no entanto, mantinha a cobrança do dízimo pela Igreja católica e os privilégios do clero e da nobreza. Nesse contexto, diversos boatos circulavam pela França, anunciando que a aristocracia, aliada ao rei, pretendia dar um golpe e encerrar os Estados Gerais. A falsa notícia alarmou ainda mais os setores pobres, que passaram a protestar de forma mais constante e violenta. A insatisfação se generalizou.
Questões:
6) Quem se beneficiou do período de grande prosperidade da economia francesa ocorrido entre os séculos XVI e XVIII?
7) O que aconteceu para colocar a França no final do século XVIII em uma grave crise econômica?
8) O que aconteceu depois do rei, Luiz XVI aumentar impostos?
9) O que pretendia a Assembleia Nacional?
Observe a charge e responda às questões 10 a 12:
10) Você consegue identificar quem os personagens representam na charge? Como você chegou a essa conclusão?
11) O que a charge representa no contexto da Revolução Francesa? Qual seria o significado da pedra carregada pelos personagens?
12) A desigualdade social está presente ainda no nosso dia a dia? Justifique. (resposta pessoal)
O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
Os protestos nas ruas acompanharam a convocação e o fracasso da reunião dos Estados Gerais. Entre os dias 13 e 14 de julho de 1789, Paris assistiu a uma série de manifestações e revoltas, que foram chamadas de “jornadas populares”. Distúrbios nos mercados, saques nos armazéns e ataques às alfândegas municipais expressavam a mobilização revolucionária e a insatisfação da população diante da escassez de alimentos. O ápice das revoltas ocorreu no dia 14 de julho, quando os parisienses tomaram a Bastilha, que era uma prisão e também um arsenal militar, o maior símbolo do absolutismo francês. A revolução começava sem uma liderança definida.
Em agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte aboliu o dízimo eclesiástico e todas as obrigações feudais impostas aos camponeses. Em seguida, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabeleceu a igualdade de todos perante a lei e determinou que a liberdade, a propriedade privada, a segurança e a resistência a qualquer tipo de opressão eram direitos naturais, inalienáveis e sagrados. Em setembro de 1791, os deputados aprovaram uma Constituição para a França, que estabeleceu, entre outras resoluções: o poder do monarca subordinado à Constituição e dividido em três instituições básicas e independentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário; o voto censitário, ou seja, só podiam votar os cidadãos que tinham determinada renda; a manutenção da escravidão nas colônias francesas, como o Haiti; a extinção das restrições mercantilistas e feudais, favorecendo o livre-comércio. As medidas aprovadas demonstraram domínio da grande burguesia nessa primeira fase da revolução.
13) O que foram as “jornadas populares”?
14) O que foi a “tomada da Bastilha”?
Marque V ou F:
Foram medidas das Assembleia Constituinte
15.( ) O aumento dos impostos
16.( ) Fim do dízimo eclesiástico
17.( ) Aumento das obrigações impostas aos camponeses
18.( ) A igualdade de todos perante a lei
19.( ) A liberdade, a propriedade privada, a segurança e a resistência a qualquer tipo de opressão eram direitos de quem tinha dinheiro para pagar.
20) Quem se beneficiou com a nova Constituição Francesa?
Nasce a república francesa
Os limites das mudanças promovidas pela Assembleia Nacional Constituinte eram visíveis para grande parte do povo, que continuava descontente. As reivindicações populares relativas à justiça social e econômica não foram atendidas. De um lado, os camponeses e as camadas populares de Paris, chamadas sans-culottes, defendiam mudanças mais radicais, como o sufrágio universal masculino e a instituição da república. Do outro lado, muitos clérigos e nobres se preparavam para retomar o poder. Grande parte deles refugiou-se em países vizinhos, de onde conspirava contra o novo governo. Em junho de 1791, o rei e sua família tentaram fugir da França, mas foram capturados e levados de volta a Paris. Em abril de 1792, a França entrou em guerra com a Áustria e a Prússia, que temiam a propagação da revolução. O rei e os contrarrevolucionários incentivaram a guerra, pois acreditavam que a França seria derrotada e que, dessa forma, eles poderiam restaurar o Antigo Regime. Diante disso, a população passou a acusar o rei e os monarquistas de traição. No dia 10 de agosto de 1792, os sans-culottes, armados, tomaram o Palácio das Tulherias, residência da família real. O rei foi destituído e preso. Populares se juntaram ao exército francês, que, com isso, ganhou forças para vencer os estrangeiros na Batalha de Valmy, em 20 de setembro de 1792.
Para saber mais: Os sans-culottes representavam os grupos urbanos radicais, principalmente de Paris. Socialmente, eram formados por grupos diversificados, como artesãos, operários e lojistas. O nome é uma referência aos trajes que eles usavam: calças compridas de tecido grosso e listrado, em vez das calças curtas (culottes) presas na altura do joelho, que
eram moda entre nobres e burgueses.
21) Por que o povo continuava descontente?
22) O que os camponeses e os “sans-culottes” defendiam?
23) Sabendo que grande parte da dos clérigos e nobres se prepararam para retomar o poder, qual foi a reação da população?
A Convenção Nacional
Logo após essa vitória contra a monarquia, elegeu-se às pressas uma Convenção Nacional, isto é, uma assembleia encarregada de elaborar uma nova Constituição. Os membros da Convenção foram eleitos pelo voto universal masculino, e não mais pelo voto baseado na renda do cidadão. A primeira atitude da Convenção foi abolir a monarquia e proclamar a República.
Composta de cerca de 750 deputados, a Convenção abrigava os seguintes grupos políticos:
Para saber mais: Voto censitário: voto baseado na renda. No caso da França daquela época, só os proprietários pagantes de impostos podiam votar.
24) O que foi a Convenção Nacional?
25) Cite duas diferenças entre os Girondidos e os Jacobinos.
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